A importância de ter seguros nos financiamentos

A vida não garante muitas certezas, muito menos absolutas, mas rapidamente aprendemos que existem inevitabilidades mais prováveis do que outras. É o caso dos acontecimentos inesperados. Por muito que planeemos com todo o cuidado os nossos passos, há sempre a possibilidade de a qualquer momento acontecer um imprevisto.

Basta pensar no seguinte: num dia está tudo bem, saímos de casa, continuamos o arco da nossa rotina. Mas, de súbito, sem quase darmos por isso, acontece um azar e a nossa vida fica virada totalmente do avesso. Um acidente de carro, o aparecimento de uma doença grave, uma avaria de um grande eletrodoméstico, um infortúnio no local de trabalho. A qualquer momento, num ápice, a vida como a conhecemos pode mudar. Há sempre esse risco.

No entanto, há uma maneira de controlar e atenuar este tipo de situações: os seguros.

Seguros: o que são

Os seguros são uma rede de segurança que nos protege de imprevistos e riscos (incerteza associada a um acontecimento futuro). Num mundo ideal, estes imprevistos podiam ser precavidos com as nossas poupanças; contudo, na maioria dos casos, esta opção não é possível ou sequer viável. A solução é os seguros.  

De forma simples, um seguro permite criar uma rede de proteção para pessoas e os seus bens, pois, através de um pagamento reduzido (o chamado prémio de seguro), estas conseguem acautelar prejuízos financeiros muito superiores. Como? Através de um mecanismo chamado princípio do mutualismo, que basicamente dita que um grande grupo de pessoas divide as perdas, para que uma pessoa a título individual pague apenas uma pequena parte do custo.

Todavia, ao contrário das poupanças, os seguros não podem ser aplicados a qualquer fim. É por isso que existem vários tipos, uma vez que são contratados para diferentes situações e contextos específicos. Como reflete o Plano Nacional de Formação Financeira, os seguros podem cobrir riscos relativos a coisas, bens imateriais, créditos e outros direitos patrimoniais (seguros de danos) ou riscos relativos à vida, à saúde e à integridade física de uma pessoa (seguros de pessoas).

Tipos de seguro

Dentro dos seguros, existem 2 ramos: Ramo Vida e Ramo Não Vida.

Como se referiu anteriormente, existem vários tipos de seguro, sendo os mais conhecidos e habituais o Seguro de Multirriscos Habitação, o Seguro de Vida, o Seguro Automóvel, o Seguro de Saúde, o Seguro de Acidentes Pessoais, o Seguro de Acidentes de Trabalho e Seguro de Equipamentos Eletrónicos. Sendo que cada um deles tem as suas características, condições, modalidades de pagamento e valor de prémio de acordo com a oferta de cada companhia de seguros.

Por exemplo: no Seguro de Habitação, ainda que só seja obrigatório por lei cobrir o risco de incêndio, raio ou explosão a maioria das seguradoras oferecem outras coberturas como em caso de roubo, sismos, inundações, etc. No Seguro de Saúde, as coberturas previstas também variam e são vastas, assim como no Seguro automóvel, apesar de apenas ser obrigatório contratar a modalidade de Responsabilidade Civil (cobre prejuízos causados a outras pessoas), é ainda possível alargar a oferta de modo a acomodar outras coberturas como a assistência em viagem, atos de vandalismo ou furto/roubo.

Qual é a importância de ter um seguro?

Existem várias razões para contratar e aderir a seguros. Além da prevenção e do sentimento de tranquilidade — porque os riscos existem e acidentes e imprevistos acontecem —, um contrato de seguro é uma forma de uma pessoa proteger o seu rendimento pessoal, pois através da proteção da apólice de seguro vai ser possível evitar despesas maiores e inesperadas. Ou seja, o encargo maior fica suportado pela apólice de seguro e a pessoa consegue preservar as suas poupanças e resguardar o orçamento familiar. No fundo, é uma tomada de consciência.

Porém, antes de contratar e finalizar um seguro, é importante estar consciente e tomar as devidas diligências: encontrar-se devidamente informado, comparar preços, fazer simulações para avaliar ofertas e validar se a empresa na qual está interessado é ou não autorizada a realizar este tipo de contrato de seguro (poderá aceder a estas informações através de “Entidades Autorizadas” disponível no site da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões).

Alguns termos que deve saber

 Da mesma maneira em que quando está à procura de um crédito deve estar ocorrente do significado e lado prático das siglas TAEG, TAN e MTIC para comparar as diferentes propostas [linkar para o artigo do blog referente à matéria], quando está à procura de um seguro há igualmente alguns termos com os quais deve estar familiarizado para que faça a melhor escolha para si e perceba tudo o que lhe é apresentado pelas entidades com quem vai ou está a pensar negociar.

De seguida, damos alguns exemplos, de acordo com a informação disponível no já citado Plano Nacional de Literacia Financeira.

• Perceber a diferença entre Segurado e Tomador de Seguro: em termos simples, tomador de seguro é a pessoa que fica responsável por pagar; segurado, é a pessoa sobre quem é feito o seguro;
• Prémio: é o custo do seguro, que inclui vários tipos de despesas, que, entre outras, desde a cobertura do risco à gestão do contrato e de cobrança;
• Risco: é a incerteza, o imprevisto, que pode acontecer no futuro. Seja quanto à sua realização, ao momento em que ocorre ou aos danos dele decorrentes. Pode ser um acidente de trabalho, de automóvel, uma fuga de gás, uma inundação, etc.;
• Sinistro: é o evento que aciona a cobertura do risco prevista no contrato de seguro;
• Indemnização: é o valor que a seguradora vai pagar pelos prejuízos quando acontece o sinistro e desde que seja aplicável;
• Coberturas: conjunto de situações garantidas no contrato, que são previamente negociadas.
• Capital de seguro: é o valor máximo que a instituição ou entidade seguradora vai pagar quando o sinistro for acionado. É um ponto revelante porque existem vários tipos de coberturas e seguros, que podem cobrir parte ou a totalidade dos custos dos sinistros. Vai tudo depender do que for acordado e contratado;
• Exclusões: situações ou eventos que não estão cobertos no contrato de seguro e que não foram conversadas entre ambas as partes (seguradora e segurado);
• Franquia: como se pode deduzir pelos dois pontos anteriores, nem sempre a seguradora vai pagar a totalidade do sinistro. E nesses casos, o valor em falta, chamado de franquia, fica a cargo do segurado;
• Período de Carência: o tempo desde a data de inicio do seguro e a entrada em vigor das coberturas, isto é, que pode ser utilizado.

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